Antes de qualquer naturalização ou mitificação do termo ‘social’ é necessário escutar Torres Nafarrate apropriada pelo biólogo Maturana (1996: XXIII)[1] quando distinguem o social do humano:
“o social nunca foi (e talvez nunca será) o espaço da realização absoluta das possibilidades mais humanas do homem. A sociedade manifesta consistência própria (ainda que dinâmica e evolutiva), uma regulação auto-referente que dá pé a que cada indivíduo a experimente em graus de profundidade (ou de decepção) e em direções diferentes. Contudo esses graus de vivência subjetiva não pertencem propriamente o âmbito do social: estão colocados no outro lado da forma do social, no entorno. A descoberta moderna da incomensurabilidade da interioridade humana, a partir de Freud, avisa que não é possível construir uma sociedade que possa corresponder a tais possibilidades de variação”
O conhecimento deste limite constitui um desafio permanente a quem quiser pensar, agir e fazer mudanças consistentes neste meio e potencia humana. Sigmund Freud advertiu no seu “mal estar das civilizações”[2] dos seus múltiplos aspectos e manifestações que distinguem o humano e o social.
[1] MATURANA R., Humberto (1928-) e VARELA. Francisco (1946-). El árbol del conocimiento: las bases biológicas del conocimiento humano. Madrid : Unigraf. 1996a, 219p.
----- La realidad: ¿objetiva o construida?. Barcelona : Antropos, 1996b. 159 p.
[2] FREUD, Sigmund.(1858-1939).O mal estar na civilização (1930). Rio de Janeiro : Imago, 1974. pp. 66-150. (Edição standard brasileira de obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v.13)
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